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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Isto não é outro recomeço.

Isto não é outro recomeço. Não é outro regresso, porque não sei se cá fico. Mas de uma coisa eu sei. Sei que gosto de escrever. Sei que gosto deste blogue. E sei também que sinto que tenho muito para partilhar convosco. Só não sei bem o quê e como. Sinto que tenho de (re)descobrir o meu estilo de escrita. Sinto que tenho de perceber o que quero realmente partilhar. Mas isto sou eu, às 02:14 da manhã, a dizer-vos sem saber bem se é mesmo isto que quero.
Escrevo isto, sabendo que muito provavelmente só volto a escrever daqui a muitos meses. Mas, por uma vez gostava de contrariar esta mania minha de deixar tudo para trás. Não quero ser para sempre uma preguiçosa, que nem um blogue consegue manter.
Vou tentar, pela milésima vez, entrar nos eixos e escrever. Criar uma rotina. Sentar o rabo numa cadeira e escrever. Sim, escrever, porque é das poucas coisas que ainda me faz sentir "eu própria".
Espero que alguém ainda continue desse lado, apesar de eu estar sempre a desaparecer. Desculpem.
Mia

domingo, 2 de abril de 2017

Más memórias

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Há memórias que magoam, que nos transportam para lugares negros do nosso passado e deixam-nos sem chão uma vez mais. As coisas não deviam funcionar desta forma, quando seguimos em frente devíamos deixar para trás as coisas que nos fizeram mal. Mas a vida não é bem assim que funciona...
É engraçado, irónico até, como uma simples memória é capaz de nos deixar indefesos e em baixo como no momento em que tudo se passou... O tempo passa, os sentimentos vão passando, mas as memórias parecem ser algo que nos persegue. Mais difícil do que lidar com o presente é lidar com as nossas más memórias. Por exemplo, no ano passado por esta altura eu estava a viver um momento particularmente negro da minha vida e este ano, por muito que as coisas tenham mudado e eu tenha seguido em frente, pareço que estou a reviver tudo. Dou por mim a sentir-me triste, desanimada e zangada sem razão aparente, mas afinal até tenho uma razão. As memórias do que vivi. As músicas que ouvi. Os textos que escrevi. As fotos que tirei. O que senti na altura, Tudo isto faz com que hoje, um ano depois, ainda me sinta fragilizada nesta altura do ano.
É essencial aprendermos a lidar com as memórias menos boas e só darmos importância às boas memórias, mas este é um processo tão complicado como doloroso. O que nos aconteceu não se esquece de um momento para o outro, por muito que tudo o resto tenha mudado, por muito que a nossa vida tenha mudado.
 As más memórias vão estar sempre prontas a assombrar-nos, é esta a realidade, o nosso papel é deixar com que elas não nos limitem nem estraguem a nossa vida, porque não passam apenas daquilo que são. Más memórias.

segunda-feira, 27 de março de 2017

03:05

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Ultrapassar o fim de uma relação demora tempo, muito tempo. Aliás, tu não sabes que estás a ultrapassar até ultrapassares. É como se um dia acordasses e já tivesses seguido em frente, porque em parte é assim que funciona. Não existe um tempo certo, podem ser semanas, meses, talvez até anos. Tudo depende do que deste de ti à relação e do sentimento que tinhas pela pessoa. Depende também das razões que te levaram a acabar. 
Nem sempre acabamos com alguém por já não gostarmos dessa pessoa. Por vezes o fim de uma relação tem de acontecer porque as pessoas já não resultam juntas e já estão a fazer mais mal que bem um ao outro. O amor pode continuar a existir, mas com o tempo vai se transformando em memórias boas e que nos fazem felizes mas que não queremos reviver. As relações por vezes tem de ter um fim por muito doloroso que seja.
Cada pessoa faz o "luto" da relação de forma diferente. Há pessoas que se fecham em casa, há pessoas que se perdem em noites intermináveis e bebidas, há pessoas que se agarram instantaneamente a outra pessoa como se fosse para substituir quem perderam. Isto muda de pessoa para pessoa e de relação para relação. Mas no fundo vai dar tudo ao mesmo, a ultrapassagem.
O melhor de ultrapassarmos o fim de uma relação é o momento em que caímos em nós e nos apercebemos que essa pessoa já é passado e já não é alguém que queremos ter na nossa vida. O momento em que somos capazes de falar da pessoa em questão só como alguém que foi importante na nossa vida mas já não falamos de forma saudosista e melancólica porque simplesmente já ultrapassamos e já não sentimos falta.
E o melhor disto tudo? O momento em que nos atiramos de cabeça para novas experiências sem nos sentirmos agarrados a algo que já não existe há muito tempo.

quinta-feira, 23 de março de 2017

O essencial é estarmos bem sozinhos

Anne Hathaway, movie, and princess image

Este ia ser mais um texto sobre relações mas rapidamente deixou de sê-lo. Deixou de ser porque há coisas mais importantes a focar, tal como o facto de estar bem sozinha. Porque estou, estou bem comigo mesma, e não preciso de ninguém para estar bem e feliz. 
Há uma coisa que aprendemos depois de estarmos muito tempo numa relação e eventualmente sairmos dela, que é, nós somos o suficiente sozinhos. Sim, é bom estar numa relação, mas melhor ainda é aprendermos a estar bem sozinhos.
Há uns meses atrás eu não sabia o quão bom é estar horas sem tocar no telemóvel, falar só quando quero com as pessoas e sem ter ninguém a quem dar "justificações". Sinto-me muito mais livre, não só por ter saído de uma relação tóxica(mas isto é história para outro dia), mas também por ter finalmente atingido o patamar em que estou bem e não preciso de mais ninguém na minha vida para sentir-me assim. Claro que opto por ter pessoas na minha vida, tal como os meus amigos e família, mas no geral estou bem sozinha.
Numa outra fase da minha vida não seria bem assim, mas nos dias que correm sinto-me até melhor sozinha do que com muita gente à minha volta. Finalmente sei apreciar a minha companhia e sei também que consigo ser boa companhia para as outras pessoas. Já não me rebaixo, já não me sinto inferior a ninguém e sei bem o que valho, e isto deve-se ao tempo que passei sozinha e a refletir sobre mim mesma. 
Estou sozinha há algum tempo e estou feliz assim, sei que já estou preparada para deixar entrar coisas novas na minha vida, mas não tenho pressa, porque acima de tudo estou bem comigo mesma e só com a minha companhia.